quinta-feira, 31 de março de 2011

Chegadas e partidas

A cada nova decisão, a cada escolha do rumo a seguir, deixamos algo para tras, encontramos com um novo caminho e outras possibilidades. Em uma viagem, isto ocorre todo tempo. Conhecer pessoas, passar juntos alguns dias, talvez horas e ter que se despedir delas. Como os momentos vem e vão, as ondas no mar assim são. Os laços que se criam e se desfazem, os vínculos que são tão intensos naquele instante mas depois tão efêmeros. Somos passageiros, estamos de passagem. E aquela pessoa tão querida que conhecemos e parece que faz parte da nossa vida a anos, que de alguma forma parece nos completar por uma momento, simplesmente precisa ir, seguir viagem, tomar o próximo trem, ir para outra direção, voltar para casa. A vida nos aproxima e afasta das pessoas de uma maneira totalmente incalculável. Uns vem, outros vão. Nem sempre acontece da nossa vontade. As vezes cabe a nos a decisão de ficar ou ir. E a dúvida, vamos nos encontrar novamente vira um mantra...nossos caminhos voltarão a se cruzar...
Fernando Pessoa traduz a insegurança e fluidez de ser passageiro:

Leve vem a onda leve
Que se estende a adormecer,
Breve vem a onda breve
Que nos ensina a esquecer.


Breve, leve, intensa e fugaz... E quem sabe se não foi algo que apenas começou mas com data de validade para durar! E dizem que o fim não é na verdade um grande começo...Bem, eu digo que coisas imprevisíveis acontecem o tempo todo e somente o ritmo da vida e a sincronicidade dos dias poderão dizer se existe para sempre ou se foi apenas conversa de viajante.
Ilustro o post com os caminhos bem verdes de Chivay, na região do Colca.

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